A partir de outubro, vítimas de violência doméstica recomeçarão a participar de cursos de qualificação profissional oferecidos pela Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (Setre). A informação foi repassada durante reunião convocada pela Defensoria Pública no último dia 20, a fim de verificar quando recomecariam os cursos que vinham ocorrendo desde o ano passado. Também estiveram presentes a Juíza Titular da Vara da Mulher, Márcia Nunes, representantes da equipe multidisciplinar da Vara de Violência Doméstica e com a Superintendente do Desenvolvimento do Trabalho/Setre, onde ocorreu a reunião.

De acordo com a defensora Cristina Ulm, a reunião foi bastante proveitosa. "Esta parceria é muito importante, pois apresenta uma oportunidade destas mulheres se livrarem da violência doméstica, já que muitas delas permanecem nesta situação porque dependem financeiramente do agressor. Com os cursos, elas poderão qualificar-se gratuitamente, além de receber alimentação e transporte durante as atividades. Em seguida, elas podem ingressar no mercado de trabalho e conquistar independência financeira", afirma. "A quebra do ciclo da violência ocorre quando a mulher vislumbra alternativas e uma nova perspectiva para sua vida. A possibilidade de prover o próprio sustento faz com que a mulher eleve a auto-estima, readquira a confiança em si mesma e se empodere", completa. Inicialmente, os cursos serão oferecidos a 55 mulheres assistidas pelo Núcleo de Defesa da Mulher: "Como os cursos só começam em outubro, acreditamos que este número será ainda maior", afirma.

Parcerias

Com o intuito de promover a inserção de mulheres vítimas de violência doméstica no mercado de trabalho, a Defensoria firmou convênios com o Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia) e a Secretaria de Emprego, Trabalho, Renda e Esporte (SETRE). Criada em 2009, a iniciativa oferece cursos de capacitação e qualificação profissional para as assistidas do Núcleo de Defesa da Mulher.

De acordo com a defensora Cristina Ulm, a parceria com o Sinebahia só contemplava mulheres com o 2º grau completo: "Constatamos que a maior parte das assistidas não havia completado nem o ensino fundamental. Para atender esta demanda, buscamos o apoio da SETRE, que aderiu a esta iniciativa", explica a defensora.

O Núcleo Especializado na Defesa da Mulher presta orientação jurídica e encaminhamento da vítima a outros serviços da Rede de Atenção à Mulher em situação de Violência, dentre outras orientações. No ano passado, o Núcleo atendeu a 2.500 mulheres, vítimas dos mais variados tipos de violência.