Melhorar a gestão dos óleos produzidos por empresas públicas e privadas em Vitória da Conquista foi o motivo da reunião que a Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) teve nesta sexta-feira, 25, com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A (Embasa).

O encontro foi articulado para estudar a possibilidade de criar uma oportunidade para os catadores de recicláveis da região poderem recolher o óleo de cozinha gerado em grande quantidade pelas empresas e vendê-lo para a indústria de recicláveis.

A parceria se daria por meio do programa “Mãos que Reciclam”, da Defensoria Pública e “De Olho no Óleo”, da Embasa. Conforme a empresa de saneamento, o óleo de cozinha é um dos principais responsáveis pelo entupimento das redes coletoras de esgoto.

A ideia da parceria interinstitucional busca tanto o cuidado com o meio ambiente quanto o estímulo da economia familiar dos catadores e foi observada por defensores públicos do Núcleo de Gestão Ambiental (Nugam) e do programa “Mãos que Reciclam” com base na Lei Municipal Nº 1706/2010.

“A Lei torna obrigatório para as empresas que geram muito óleo dar a adequada destinação ao material. A Embasa já faz parceria com associações para fazer o recolhimento dos óleos, mas depois que conheceram o “Mãos que Reciclam” acharam adequado que os catadores também façam a gestão”, explicou a defensora pública Kaliany Gonzaga, coordenadora do Nugam.

Segundo a defensora, com a iniciativa, os catadores poderão coletar o óleo dos grandes geradores, coar/filtrar e depois vendê-lo para a indústria. De acordo com ela, em Conquista, apenas o Movimento Familiar Cristão faz esse trabalho, mas a demanda é muito alta e apenas esse grupo não consegue dar conta.

Kaliany indica ainda que a Defensoria deverá ajudar com a montagem da infraestrutura para os catadores, estimular os grandes geradores ao devido descarte do óleo e cobrar o cumprimento da lei municipal. O próximo passo é marcar a visita ao Movimento Familiar Cristão para apresentar a demanda dos catadores.

Meio Ambiente e economia

Dados apontam que 1 litro de óleo pode contaminar até 20 mil de água. Ambientalistas também indicam que, se jogados na pia, no lixo, ou diretamente no solo, óleos e gorduras prejudicam o meio ambiente e o ser humano.

A servidora da Defensoria da Bahia Millene Gramacho, que também participou da reunião, avalia de forma positiva a inserção do catador e catadora de material reciclável nesse processo de reciclagem. “Isso contribuirá com o aumento de sua renda, além de reduzir o impacto ambiental que o óleo de cozinha gera quando é descartado indevidamente”, destacou.

Não apenas sabão e detergente, o óleo vegetal pode ser reciclado também para transformar-se em tintas, biodiesel e glicerina. Empresas de produtos de limpeza em Vitória da Conquista como a Teiú, ZAB e Sabão MIMO Max, entre outras, poderão beneficiar-se com essa parceria, além de associações de restaurantes locais. 

Participaram da reunião a defensora pública Kaliany Gonzaga, a servidora da Defensoria Millene Gramacho, além da assistente social Maisa Neves do Espírito Santo e a técnica em Meio Ambiente Queith Moreira, representando a Embasa.