Ser e Existir – Encerramento de seminário é marcado por compromisso do trabalho em Rede pelos direitos LGBTQIA+
Promovido pela Ouvidoria da DPE/BA, seminário terá propostas reunidas em único documento para posterior encaminhamento
“Juntos, juntas, juntes, juntxs e junt@s somos mais fortes!”. Um seminário que deixou como lição a importância da união e do trabalho em Rede e mostrou a força, a potência, o conhecimento, a vivência, a resistência e a luta incessante pelos direitos da população LGBTQIA+. Assim foi o Seminário “Pelo Direito de Ser e Existir”, promovido de forma virtual pela Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA.
Depois de dois dias e mais de 12h de uma programação marcada pela diversidade também nos temas abordados, o seminário chegou ao fim na noite da última sexta-feira, 25 de março, justamente no Dia Nacional do Orgulho LGBTQIA+.
“A Ouvidoria Cidadã é a porta de entrada da sociedade civil na Defensoria. Fazer esta articulação e escuta com a participação de vários atores e atrizes em busca de caminhos que garantam direitos é a nossa obrigação. Agora, a partir deste Grupo de Trabalho constituído, é formar um documento único com todas as propostas que surgiram aqui e fazer os encaminhamentos”, anunciou, no encerramento, a ouvidora-adjunta da DPE/BA, Zenilda Natividade.
Nos minutos finais do seminário, o que não faltou foram elogios à Ouvidoria Cidadã e à Defensoria pela iniciativa de colocar os direitos da população LGBTQIA+ em pauta, por reunir representantes de órgãos públicos, de movimentos sociais e da sociedade civil e por indicar os caminhos de enfrentamento à violência e de construção de políticas públicas voltadas, especificamente, para este público.
“Foi muito produtivo e trouxe um conhecimento tão vasto que provou que todos têm o direito de ser e existir”, resumiu o pedagogo do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBTQIA+ da Bahia – CPDD, Edinei Matos. “O seminário proporcionou reflexão, reencontro, pertencimento e reconhecimento da comunidade LGBT e serviu de guia para que possamos enfrentar a violência, as vulnerabilidades e a ausência de políticas e leis”, acrescentou o coordenador do CPDD, Renildo Barbosa.
“Como foi dito aqui, é importante formar a Rede”, sintetizou a assessora do CPDD e militante do movimento Afroperiférico, Dandara Black. “O evento ganha quando coloca ativistas, instituições e o Poder Público juntos para pensar estratégias de garantia do direito à vida, ao bem viver e a todos os acessos”, percebeu a travesti transfeminista, pedagoga e educadora social Thiffany Odara.
Defensoria à disposição
Ainda no encerramento, os defensores públicos reforçaram que a Defensoria está à disposição nesta luta para garantir os direitos da população LGBTQIA+.
“Estes dois dias foram como uma verdadeira aula, que trouxe exemplos do que a população LGBT enfrenta no dia a dia. É muito cruel pensar que ainda é preciso lutar pelo direito de ser e existir. A Defensoria está de portas abertas [remotamente devido à pandemia do coronavírus] para promover e defender os direitos humanos”, garantiu o defensor Adriano Pereira. “Contem com a Defensoria Pública! Viva à diversidade!”, acrescentou o defensor público e coordenador da 7ª Regional – a Metropolitana – da Defensoria, Daniel Soeiro.
Já a ouvidora-geral da DPE/BA, Sirlene Assis, destacou a importância do seminário, exaltou o trabalho da Comissão Organizadora do evento e o papel da Ouvidoria como ponte de diálogo entre os movimentos sociais, a sociedade civil e a Defensoria.
“A Ouvidoria não existe sem os movimentos sociais. Somos a Ouvidoria da Defensoria e estamos aqui para servir a todos os movimentos da Bahia”, garantiu a ouvidora-geral, que encerrou o seminário puxando o coro da música Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré: “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Os vídeos do Seminário estarão disponíveis, na íntegra, no canal da Defensoria Bahia no YouTube.