Genocídio e encarceramento da população negra é discutido pela Ouvidoria da Defensoria baiana
Troca de experiências a fim de instrumentalizar e potencializar as capacidades individuais e coletivas de mulheres negras brasileiras e norte-americanas. Essa foi a proposta do evento que a Ouvidoria da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA participou entre os dias 16 e 18 de agosto, e que reuniu representantes internacionais e nacionais do movimento negro. Na ocasião, a ouvidora-geral da instituição, Vilma Reis, destacou a importância do diálogo para a busca de caminhos para o enfrentamento às questões de genocídio e do encarceramento da população negra tanto na Bahia e no Brasil, quanto nos Estados Unidos, sob o argumento do combate ao tráfico de drogas.
O evento, intitulado "Missão Empoderamento – Sister to Sister", aconteceu na Sociedade Protetora dos Desvalidos e Instituto Mídia Étnica, ambos no Centro, em Salvador. De acordo com Vilma, o fortalecimento da população negra dentro do sistema de Justiça, a partir da atuação da Ouvidoria, está sendo vista como experiência "exitosa" no Brasil. A ouvidora-geral também apresentou dados do Mapa da Violência, com mais de 59 mil mortes violentas no Brasil em 2014, apontando ainda os significados destes números na população baiana. "Mulheres negras de outras partes da Diáspora em seu contexto enfrentam situações semelhantes de super-encarceramento de população negra, assim como altas taxas de criminalização e letalidade, envolvendo agentes públicos e forças paramilitares, em nome da chamada guerra às drogas", comparou a ouvidora-geral.
