Ouvidoria da DPE participa de seminário sobre o racismo
Com o objetivo de discutir questões referentes ao tema, o evento comemorou os 20 anos da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo
A ouvidoria cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA, participou de um seminário com o tema Enfrentamento ao Racismo no Brasil do Século XXI, na terça feira, 21. O evento que ocorreu no auditório do Ministério Público localizado no bairro de Nazaré foi aberto à sociedade civil, representantes de movimentos sociais e estudantes interessados no tema.
A ouvidora-geral da DPE/BA, Vilma Reis, em sua palestra falou que a forma de democratizar a sociedade brasileira é através do sistema de justiça. “Batalhamos pela nossa presença nesse espaço, e ele servirá como um canal de participação e de voz da sociedade.” Ela abordou em sua palestra, o tema gênero, raça e os desafios no acesso à Justiça. Também ressaltou a importância da presença da sociedade civil em locais de discussão. No evento, a ouvidora foi homenageada com uma placa em reconhecimento à sua participação no enfrentamento ao racismo e a promoção da igualdade racial no Estado da Bahia.
Para o advogado e professor da UFBA Samuel Vida, a Bahia tem sido uma pioneira nesse processo de enfrentamento ao racismo. “Não vamos apenas celebrar as conquistas, mas apontar os novos desafios e assumir novos compromissos. Espero que daqui a 5 ou 10 anos estejamos aqui celebrando outras conquistas.” disse ele em sua palestra sobre o ordenamento jurídico e racismo.
“Falar sobre o racismo no meio acadêmico é também falar sobre privilégios em suas três dimensões: o de acessar o espaço acadêmico, de conseguir permanecer nesse meio acadêmico sem sofrer discriminação e a possibilidade de você conseguir entrar em contato com os conhecimentos da sua matriz civilizatória, da sua origem” disse a advogada Gabriela Ramos, vice-presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa da OAB-BA na sua palestra.
Opinião da sociedade civil
Bárbara Cristina, estudante de serviço social, participou do debate para procurar entender um pouco mais da sua cultura e sua raiz. “É fundamental saber se defender dos tipos de preconceitos. Afinal, hoje ele é cada vez mais frequente e muitas vezes passam até despercebido”, disse ela.
A professora Ilka Guimarães ficou sabendo do debate através de um grupo que discute questões pertinentes ao racismo e reforçou a importância da criação de espaços como o do evento: “Precisamos lembrar para os nossos jovens que o racismo existe, tanto que passei a adotar na minha sala de aula como tema das redações. É importante para eles aprenderem a se defender, a se sentirem pertencentes a um grupo e conscientes de que possuem uma ancestralidade.”