Ouvidoria lança Rede de Articulação Social para desenvolver ações conjuntas na defesa do acesso à Justiça
Por Por Júlio Reis - DRT/BA 3352
Rede conta com cerca de 100 representações de entidades não governamentais ligados à diversas pautas de reivindicações
A noite desta sexta-feira, 29, marcou o lançamento da Rede de Articulação Social da Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública do Estado da Bahia. A Rede é uma inciativa que pretende construir caminhos conjuntos, entre diferentes movimentos e grupos, na defesa dos Direitos Humanos e do acesso à Justiça.
A ouvidora-geral da Defensoria, Sirlene Assis, explica que a Rede conta com cerca de 100 representações, entre associações e coletivos não governamentais ligados à diversas pautas desde a luta contra o racismo, a movimentos feministas, reivindicações indígenas, direito a moradia, entre outras.
“A Ouvidoria representa os movimentos sociais, que é quem elege a ouvidora. A Ouvidoria é a fala do povo dentro da Defensoria Pública. Nada melhor do que alinhar ações articuladas com estes movimentos, dando voz e ouvindo as demandas destes movimentos. Escutando as experiências dos problemas enfrentados por estas organizações. A Rede vai promover uma aproximação mais qualificada entre todos”, destacou Sirlene Assis.
Sirlene Assis acrescenta que a Rede segue sendo construída buscando ampliar o apoio mútuo dos movimentos, oferecer maior visibilidade para as causas que estes enfrentam, além de maior e melhor estruturação no seus funcionamentos.
Para Lígia Margarida Gomes, representante da Sociedade Protetora dos Desvalidos, a Rede deve buscar contribuir com a construção de justiça social.
“Rede é o sistema que nós acreditamos desde nossa origem. Nascemos em 1832, entre a Revolta dos Búzios e a Revolta dos Malês, é uma instituição já nasce em rede, formada naquela pela Igreja do Rosário, Irmandade da Boa Morte, instituições que fortaleciam a luta de enfrentamento ao racismo, imposições religiosas, as desigualdades sociais. A rede, sem dúvida, deve contribuir para construir justiça social. Quando tivermos justiça social, nós estaremos contemplados, sem o fosso que vivemos hoje em matéria de desigualdades sociais”, afirmou Lígia Margarida.
Nira Alves, representante do Movimento Sem Teto da Bahia, assinala que as lutas estão conectados já que se implicam. “Não estamos em nossa luta pela moradia sozinhos, lutamos em parceria, em rede, assim é importante ter este contato direto com a Ouvidoria da Defensoria Pública. Nossa luta é além da moradia, as casas ou apartamentos, quando recebidas, se encontram em áreas distantes, sem oferta de serviços. Lutamos por serviços de saúde, educação, transporte, emprego na área, não é só ter quatro paredes”, observou.
Falando para os representantes presentes de parte dos grupos que integram a Rede, a defensora pública e coordenadora da Especializada de Direitos Humanos, Lívia Almeida, afirmou a disponibilidade da Defensoria para colaborar com as diversas lutas.
“Nos colocamos à disposição de vocês para estabelecermos uma relação de confiança. A Defensoria tem lado, este lado é o lado do povo, e buscamos combater a violência gerada na ausência do respeito aos direitos humanos e sociais. Estamos juntos para lutar contra a morte real e simbólica de homens e mulheres negras, das pessoas da comunidade LGBT, daqueles e daquelas que professam religiões de matriz africana. Vocês tem em nós um parceiro”, Lívia Almeida.
O lançamento da Rede, que ocorreu na Sede da Comunidade Kolping São Francisco de Assis, no bairro da Boca do Rio em Salvador, contou com apresentações de dança, música e poesia de diversos coletivos artísticos de jovens.
Os 10 anos da Ouvidoria Cidadã conta com o apoio da Bahiagás e do Instituto Mangangá.